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Archive for setembro 2011

Treinamentos


A mãe do aprendizado é a repetição, portanto nada melhor do que repetir quantas vezes for necessário para aprimorar, então vamos ao trabalho.


 
Aqui temos outro exemplo em um campo com vários exercícios em situações de jogo.

Exercício número 1: 3 x 3; o volante deve passar a bola ao atacante e este até o lateral para que o mesmo execute o cruzamento pelo meio para a finalização de dois atacantes que terão dois defesas marcando-os, repete-se a jogada do outro lado iniciando 3 x 3...
Exercício número 2:  4 x 4 movimentação dos atacantes com intuito de finalizar o mais rápido possível.
Exercício número 3:  o jogador conduz a bola em velocidade faz a movimentação entre os cones e passa ao colega.
Exercício número 4:  2 x 1 treinar o passe com obstáculo, sempre um jogador entre dois para dificultar o passe, o colega deve se movimentar lateralmente para receber a bola.




Exercício 6 x 6
Aqui temos dois exemplos que podemos utilizar em 2\3 de um campo de futebol, na parte de baixo temos 6 x 6 no qual aplicamos uma regra simples: 2 toques, passar a bola rápido. Objetivo:  Pressionar sempre o homem da bola e contra atacar. Colocamos 2 cones como gols para motivar os jogadores.Com 3 tempos de 10m com intervalos curto para correções.

Exercício 7 x 7
Com orientação aos jogadores que no caso você como treinador queira utilizar.
Temos aí uma defesa de 4 bem postada com mais 3 volantes a sua frente. E para atacar 2 volantes, 1 lateral, 1 meia e 3 atacantes. No caso os laterais vão revezando. A saída de bola sempre será com um dos volantes.
Como foi dito anteriormente cabe ao treinador dentro deste posicionamento armar uma estratégia para determinadas movimentações de ataque e também orientar o setor defensivo. Duração do exercício; dois tempos de 15 m com pequena pausa para orientações do treinador.

Treinamentos ( aproveitar todo o campo com vários exercícios)

Mais uma série de exercícios, usando sempre espaço reduzido de um lado (meio campo) e do outro com bastante espaço cruzamentos para finalizações dos atacantes.
Fazemos um 3 x 2 pela lateral com cruzamento para os atacantes e principalmente a entrada do meia, o lateral deve olhar bem este jogador para poder colocar a bola justamente nele ( o meia). Condicionamos assim duas movimentações, pela direita, volante, atacante e lateral com a entrada do meia por trás dos defesas como mostra a figura no exercício número 6.


Táticas e Estratégias de 4 Copas



O objetivo deste texto é compartilhar com os amigos do futebol as experiências adquiridas. Treinando em diversos países tive a felicidade de aprender novos métodos, com novas filosofias e culturas e sempre tentando aprimorar aquilo que vivi com novas idéias.


Não existem formulas mágicas para transformar um jogador ou uma equipe limitada a um grande jogador ou a uma grande equipe. Na verdade temos que trabalhar e muito para que um jogador evolua, que uma equipe desenvolva um bom futebol. Precisamos trabalhar bastante a parte técnica; saber o que treinar e como treinar são alguns dos problemas com os quais muitos treinadores se debatem.
Quando falo de técnica (um dos pontos mais importantes), automaticamente tenho que falar do  estilo, duas coisas ligadas ao jogador de futebol.
A técnica é irreal, genética e impessoal; o estilo é real, particular e pessoal. A técnica é adaptável a todos, seus princípios por todos podem ser assimilados e por isso mesmo devem ser observados cuidadosamente no aprendizado ou na correção. Não mudam com o tipo físico nem com o tipo atlético e sua aplicação deve ser geral.
O estilo por ser real,particular e pessoal, é pecualidade de cada um. É o jeito pessoal, o tique característico que cada indivíduo dá ao mesmo movimento.
Uma vez assimilada a técnica, aparece o estilo, que define a personalidade do jogador.
E como o estilo é real, particular e pessoal, não pode nem deve ser copiado, pois é ele que caracteriza o jogador e também o futebol dos vários países, ou regiões; nele transparece as características técnicas do praticante.
Baseado nestes dois pontos, nos treinamentos físicos que variam e muito de país para país e  principalmente o fator psicológico tem uma influencia enorme no desenvolvimento do jogador.
Sabemos que o ser humano possui estrutura física e psíquica própria; respeitando tudo isto e avaliando todos os trabalhos que fazem dentro do futebol podemos dar aqui pequenos exemplos de treinamentos com equipes. Iniciaremos com a tática que é como colocar os jogadores, como dirigi-los dentro do campo junto com a estratégia, onde conseguiremos um fim.

Tática - A totalidade das ações individuais e coletivas dos atletas de uma equipe, cujo objetivo é a vitória. Levando-se em conta, por um lado, as qualidades e particularidades dos atletas e do outro, as condições dos adversários. 
Estratégia - Disposição dos jogadores em campo, ou seja, quando se usam determinados jogadores em um setor do campo para executarem determinadas ações. O mesmo número de jogadores por parte de duas equipes nos respectivos setores do campo não significa que estão jogando da mesma forma.
Falaremos aqui sobre quatro Copas do Mundo que marcaram muito pelo favoritismo de quatro seleções que, sem dúvida, deixaram na história do futebol seus nomes até hoje bem lembrados.
Aproveitaremos os sistemas que usavam, o que foi feito pelos seus adversários (seus treinadores) para superarem essas seleções, na época conclamadas como bem superiores.
    Primeiro exemplo - a famosa Copa de 1950 


Nada melhor do que falarmos de um sistema de posicionamento usado por várias equipes, pois onde queremos chegar é justamente na função de cada jogador no mesmo 1.2.3.5.
Se o Brasil tinha o melhor ataque, o artilheiro (Ademir Menezes) e o melhor jogador da Copa (Zizinho), como enfrentar essa equipe posicionada com o mesmo 1.2.3.5?
Um exemplo do sistema 1.2.3.5, em que os considerados 5 atacantes tinham 2 meias mais os extremos (pontas) e o centro avante. Além desses 5 bem avançados, ainda subia bem o tal médio centro (no caso Bauer) como o articulador da equipe. Vejam bem, o que está aí em cima escrito sobre a Tática (totalidade das ações individuais e coletivas dos atletas).
Baseado nisso, penso que o Uruguai sabendo do poder ofensivo do Brasil, temendo até uma goleada, colocou-se de forma diferente, ou seja, o mesmo 1.2.3.5, mas armando uma estratégia mais defensiva, dificultando, desta forma, as ações ofensivas do Brasil, explorando a velocidade do seu extremo direito Ghiggia.
Segundo pesquisa na wikipédia, ainda no primeiro tempo, Ghiggia levava perigo com sua velocidade pela direita e numa escapada, cruzou e Schiaffino perdeu o gol.
No segundo tempo o Brasil fez um gol, mas depois Ghiggia puxou um contra ataque e quase que o Uruguai empata com o melhor jogador, Schiaffino e repete a ação; Ghiggia levou em velocidade nosso defensor (prefiro não citar o nome), cruzou e o mesmo Schiaffino fez o gol de empate. E por fim, Ghiggia levou em velocidade, entrou sozinho e fez 2 x 1 e fim. Uruguai com uma equipe com o mesmo 1.2.3.5 bem posicionada para defender, venceu uma equipe considerada toda poderosa, que ia muito para o ataque. Foi considerada a maior derrota do futebol brasileiro, a mãe de todas as derrotas.



Segundo exemplo - Copa do Mundo de 1954

O famoso WM - 1.3.2.2.3, sistema usado na época, foi desbancado com uma simples mudança, ou seja, o centro avante da seleção Húngara, Hidegkuti, recuava e possibilitava a penetração dos dois pontas e dos dois meias, Puskas e kocsis, tidos como elementos surpresas; ele, Hidegkuti, com isso, passou a ser o arquiteto dessa equipe e fez muitos gols com essa movimentação. No jogo final contra a Alemanha, que já haviam enfrentado na fase anterior e ganhado de 8 x 3, foram surpreendidos, porque os alemães estudaram bem essa estratégia e fizeram  uma marcação mais forte sobre Hidegkuti. Um jovem jogador alemão foi designado para marcar Hidegkuti em cima, o que dificultou bastante para os demais jogadores, principalmente Puskas e Kocsis, os destaques da equipe. A estratégia montada pelos alemães para anular esse jogador foi fatal e mais uma vez ficou provado que uma equipe com os jogadores cumprindo as determinações e bem ordenada em campo sempre será vencedora.

   Terceiro exemplo - Copa do Mundo de 1974


A grande favorita, pelas apresentações impecáveis até então, a Holanda, mesmo jogando contra a Alemanha, a anfitriã, que usava o mesmo sistema da primeira, continuou com o seu favoritismo.
A Holanda jogou, em termos de posicionamento - 1.4.3.3, com um detalhe muito interessante, o Cruyff fazia justamente a mesma movimentação do Hidegkuti da seleção da Hungria em 54, às vezes, voltava lá na defesa para buscar a bola. Estava claro que com esta movimentação desequilibrava a equipe adversária, pois era um  jogador rápido e inteligente, e mais ainda, com a penetração do meio campo Jansen e Neeskens  (foi o artilheiro da Holanda nesta copa) e os pontas Rep e Rosenbrink, além da chegada constante do lateral esquerdo Krol,  todos em prol de um só objetivo, tomar a bola e partir rápido para o gol adversário. Sabe-se que em uma equipe, por mais completa que seja,  há sempre os que se destacam mais e, nesse caso, deveu-se aos que estavam sempre mais presentes em ações ofensivas.
A Alemanha jogava igual em termos de números, ou seja, 1.4.3.3, mas com uma estratégia diferente. Em primeiro lugar, colocou Vogts para marcar Cruyff, que logo no inicio recebeu uma bola livre, penetrou e sofreu penalty e a Holanda abriu o placar por intermédio de Neeskens e mais uma vez a seleção favorita saía na frente. Mas depois disso a estratégia imposta pela Alemanha surtiu efeito, pois Cruyff já não teve mais liberdade e sua equipe sentiu isso.
Dos três atacantes da Alemanha, apenas Muller permanecia em sua posição, pois os demais voltavam e com as constantes subidas  do lateral esquerdo Breitner e a ajuda de Holzenbein, atacante pela esquerda, as coisas se inverteram, pois esse, ao receber a bola de Overath, que jogava livre, penetrou e sofreu penalty, que foi convertido por Breitner. Chegaram ao empate e com isso a Alemanha passou a mandar no jogo, principalmente Beckenbauer, com excelentes saídas de bola da defesa, juntando-se ao meio campo Overath, no que dificultou bastante para a famosa laranja mecânica.
Com as constantes subidas do lateral bastante ofensivo Krol, que era acompanhado pelo atacante da direita Grabowski, aproveitou-se a Alemanha em uma bola pela direita, justamente com a penetração do meio campista Bonhof, que cruzou e a bola foi para Muller, artilheiro alemão, que fez o segundo gol, isso no primeiro tempo. No segundo tempo, a Alemanha voltou bem fechada e com jogadores de qualidade, aproveitava os contra ataques, sofrendo inclusive, um penalty não assinalado pelo árbitro; a Holanda pressionou muito, mas já não era a mesma equipe em termos de movimentação e assim foi até o apito final e mais uma vez o grande favorito de uma Copa perdia para uma equipe que jogava com a mesma formação, 1.4.3.3, e a estratégia do não favorito mais uma vez funcionou.

 
 Quadro 1
O quarto exemplo - Copa do Mundo de 1982

Na Espanha, a nossa Seleção mais uma vez encantou, jogava de uma forma que todos admiravam, mas... a história se repetiu.




Quadro 2
Exponho aqui dois sistemas táticos por serem bem parecidos com o que a Seleção Brasileira jogou em 82
O primeiro quadro mostra o posicionamento 1.4.5.1, onde Serginho era a rigor o único atacante e tanto os laterais como os meio campistas subiam; o segundo quadro mostra outro posicionamento 1.4.2.3.1 mas no fundo dava igual: Serginho continuava sendo o único atacante e Sócrates e Zico como meias. Éder era um ponta que voltava e juntava-se aos meias e mais atrás Falcão e Cerezo.
O lateral esquerdo Júnior subia muito, inclusive por dentro como um meia; o mesmo fazia o lateral direito Leandro. Era sede demais ao pote.
Fomos eliminados por uma Seleção forte, a Itália, com uma postura defensiva excelente e nesse caso deveríamos ter mudado algo, usado uma estratégia diferente, mas confiamos que poderíamos ganhar e isso não ocorreu.
A Itália com sua defesa bem posicionada e sabendo do potencial do Brasil, deixou apenas um atacante e no meio campo mantiveram um sistema parecido com o nosso mas estrategicamente diferente. Defensivamente estavam bem postados, os laterais pouco subiam, dois do meio campo ficavam e aproveitavam nossas falhas, não dando espaço para o Brasil desenvolver seu jogo e a Itália saiu vencedora. 
Após uma breve análise sobre as quatros Copas, em que os considerados favoritos  perderam, ficou bem evidenciado que os mesmos criaram o veneno (estratégia), mas se esqueceram do antídoto. Seus adversários, que estudaram minuciosamente todos os detalhes que compunham aquelas estratégias, simplesmente criaram o antídoto, ou seja, a fórmula de como eliminar todas aquelas estratégias dos favoritos.
E o que ficou constatado nas Copas de 1950, 1954, 1974 e 1982 foi a vitória do mais inteligente, ou seja, de quem estava no comando da equipe, que estudou o adversário e o neutralizou em campo.


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